O mesmo sol
“Jamais o sol vê a sombra, por Leonardo da Vinci”
A primeira vez que amanheci com o sol, tive o prazer de vê-lo despontando sobre os morros, de um pequeno chuvisco de luz a um desabrochar de fogo: límpido, crescente. Pude sentir a sua energia, a sua imponência.
A alguns dias atrás, pacientemente, acompanhei mais um amanhecer, por detrás de um céu pesado, com uma lâmina opaca o encobrindo, despontava o primeiro raio de sol: manhoso, singelo.
Segundo após segundo, mais um e mais outro raio surgiam, primeiramente fosforescendo a Guabiruba Sul, depois o Centro da cidade e assim por diante...
Um nevoeiro vinha do Aimoré e subitamente encobria todo o céu, alguns minutos depois este mesmo nevoeiro era sugado, em um movimento frenético ao epicentro de tanta energia. Uma dança mágica, contagiante!
E apesar de tudo isto ou de tão pouco:
lá estava ele, o sol: alto e altissonante.
Tive a oportunidade de observar diferentes nasceres do sol, cada qual com a sua luz, sua performance. E hoje, mais do que nunca, os comparo ao acordar humano: a luta diária que todos nós, sóis e animais, travamos de manhã e que a nenhum, é impeditivo de nascer mais uma vez.
De irradiar calor, vibrar, superar e comprovar que toda singularidade é por si própria: espetacular!