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o canto do cisne

“Tu não pesaste sobre a terra: a terra te seja leve”, por Johann Uhland

lembrar-me de ti sorrindo

(não consigo)

tento desesperadamente

ser mulher,

algo como é pré-concebido

aquele quadrado de:

maturidade e frieza

mas

as feridas não cicatrizam

invadem e reinvadem o corpo

o adoecem

todo pai,

um filho

todo filho, um pai

é a ordem natural

a vida rompe a própria vida

e nos confunde

fui dizer-te adeus

e já não ouvias

os olhos cerrados estavam

tuas mãos abraçavam o peito gelado

(não te reconheci)

o amor, sempre foi de vermelho

afogueado

é uma constante despedida

que não se pode despedir

uma reza

noite e dia

que estejas

apenas, estejas

a súplica desesperada

da companhia que acalenta

me guia,

me observa,

amém!

toda manhã acordo cedo

e pinto o mesmo quadro

sento ao teu lado

e com cores alegres

abraço o meu corpo ao teu

(é sem dúvida meu melhor retrato)

tudo que me falta

quando rodeada por tudo estou

hoje, (re)pinto

acostumada estou

minha próxima obra:

contigo estarei

te amo e jamais te esquecerei

Poesia do Livro

“Spleen”,

que será lançado

dia 15 de março,

em Guabiruba.

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